HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO IPv6.
O projeto
Internet Protocol the Next Generation (IPng)
representa o resultado da evolução de diferentes propostas IETF, bem como o
esforço conjunto de vários grupos de trabalho. Conforme a RFC 1752 o projeto
IPng sofreu a seguinte evolução:
a)
1990
- No encontro IETF de Vancouver conforme Frank Solensky, Phill Gross e Sue
Hares afirmaram que à taxa de atribuição do espaço de endereçamento IPv4, as
classes do tipo B estariam esgotadas possivelmente por volta de Março de 1994.
b)
1991
- A Internet Engineering Task Force (IETF) forma o grupo de trabalho Routing and Addressing (ROAD) no encontro de Santa Fé com o
objetivo de encontrar uma solução para a exaustão do espaço de endereçamento
IPv4.
c)
1992
- A Internet Association Board (IAB) apresenta o documento IP version
7 paralelamente aos esforços do grupo de trabalho ROAD, em que recomenda à IETF
a preparação de um plano detalhado para o sucessor do protocolo IP. A IETF
rejeita esta sugestão e apresenta pedido de propostas recomendadas pelo grupo
ROAD. Como resposta a este pedido surgiram algumas propostas: - IP Encaps - Nimrod
– Simple.
d)
1992
(finais) - Surgem mais três propostas: - The P Internet Protocol (PIP) - The
Simple Internet Protocol (SIP) - TP/IX.
e)
1993
– Phil Gross – Internet Engineering Steering Group (IESG) apresenta um memorando
intitulado "A Direction for IPng" onde anuncia a criação de uma área
temporária para o IPng. CLNP e IP Encaps evoluem, dando origem respectivamente
a TCP and UDP with Bigger Addresses, TUBA
e IPAE.
f)
1993
(finais) - SIP evoluiu, abrangendo características do IPAE (IP Address
Encapsulation). O IPAE foi adotado como estratégia de transição
para o SIP (SimpleIP),
proposto por Steve Deering em Novembro de 1992. O SIP aumentava o endereço IP
para 64 bits, tornava a fragmentação de pacotes opcional e eliminava vários
aspectos obsoletos do IP.
Os principais objetivos da
criação do IPv6 foram colmatar as principais falhas do IPv4 e introduzir novas
funcionalidades:
a)
Aumento do número de endereços na Internet:
Passamos assim a ter muitas vezes mais endereços IPs.
b)
Melhoramento do Roteamento:
não havendo sobrecarga nos roteadores é possível ter um melhor desempenho na Internet.
c)
Possibilita a autoconfiguração, de modo a que
seja retirado trabalho para o utilizador final, que deseja conectar a sua máquina
em qualquer ponto da rede e obter rede e endereço IP.
d)
Operação em redes de alto débito: com redes
cada vez mais rápidas, é necessário adaptar o protocolo para retirar a maior
performance delas. Apesar de todas suas qualidades o IPv4 nunca foi pensado
para redes de alto débito.
e)
Prover melhor segurança, pois cria mecanismos
de proteção no próprio protocolo. A confidencialidade e privacidade, algo que
falta no IPv4 e que é implementado a nível aplicacional. Torna-se necessário
codificar os dados em nível de IP.
f)
Capacidade de QoS: dado que existe uma
variedade de tipos de tráfego sobre IP, é necessário saber distingui-los e dar
prioridades diferentes para cada caso, de modo a garantir uma qualidade de
serviço.
g)
Suportar bilhões de hosts,
mesmo que os endereços fossem alocados de forma ineficiente.
h)
Reduzir o tamanho da tabela de rotas.
i)
Simplificar o protocolo para permitir que os
roteadores processem os pacotes mais rapidamente.
j)
Dar maior atenção ao tipo de serviço trafegado,
particularmente para dados de Tempo Real.
k)
Permitir o escopo do alcance de um pacote (Multicasting).
l)
Fazer o possível para que um host tenha mobilidade sem mudar seu
endereço.
m) Permitir
que o protocolo evolua no futuro.
Uma das primeiras problemáticas sentidas, quando
tratamos do IPv4, foi justamente o começo da carência, e em alguns lugares até
mesmo a extinção, de pacotes de endereços IP, devido a todos os fatores
supracitados bem como a subutilização no começo da implementação deste
protocolo. O Protocolo de internet na sua versão 4 utiliza 32 bits para compor
seus endereços o que nos da 232 (4.294.967.269 endereços),
mesmo parecendo uma quantidade absurda, porém já não são mais suficientes para
acompanhar o crescimento da internet e do acesso que cada vez mais pessoas
possuem a rede mundial.
Uma
das grandes vantagens do Protocolo de Internet na sua versão 6 é justamente o
numero de endereços que é possível obter, tendo em vista que já não usa mais 32
bits como seu antecessor e sim 128 bits para compor seus endereços o que nos da
a possibilidade de obtermos 79 octilhões de vezes a quantidade de endereços
IPv4, aproximadamente 5,6 x 1028 endereços IP’s por pessoa.